Sofrendo de solidão
Não importa se está solteiro ou casado. Não importa sem
tem muitos ou poucos amigos. Nem tampouco se é introvertido ou extrovertido. A
síndrome da solidão não tem a ver com convites para festas e baladas ou a
ausência deles.
Justamente num tempo em que o mundo está cada vez mais globalizado, em que as facilidades para os encontros são inúmeras e de diversas formas, parece que a maioria das pessoas está, cada uma no seu grau, sofrendo de solidão.
Justamente num tempo em que o mundo está cada vez mais globalizado, em que as facilidades para os encontros são inúmeras e de diversas formas, parece que a maioria das pessoas está, cada uma no seu grau, sofrendo de solidão.
A carência parece nos consumir em desejos que
inexplicavelmente não se realizam e numa saudade que a gente nem sabe de que,
de onde ou de quem. Buscamos o outro sem encontrá-lo, ainda que vivamos um sem
número de relações. Este outro, tão esperado, parece nunca chegar. Ou melhor,
às vezes parece nem existir.
O velho e bom carteiro continua passando todos os dias.
Temos telefone, fax e computador. Dentro dele, os e-mails, as salas de
bate-papo, os sites de encontros, o orkut, o gazzag, o multiply e o msn. Temos
também blogs, fotologs e skype. Instalamos câmara, microfone e colecionamos uma
lista interminável de amigos (alguns que a gente nem sabe quem são… mas vale
mantê-los porque nos dão a sensação de estar junto).
Tudo para tentar aplacar este eco interior. Qualquer coisa que preencha o vazio, o abismo que insiste em nos separar de alguém que já fomos um dia ou – pior! – que gostaríamos de ser, mas não sabemos como construir, enfim, a ponte.
Tudo para tentar aplacar este eco interior. Qualquer coisa que preencha o vazio, o abismo que insiste em nos separar de alguém que já fomos um dia ou – pior! – que gostaríamos de ser, mas não sabemos como construir, enfim, a ponte.
Creio que este seja o primeiro passo. Precisamos aprender
a construir pontes. Pontes que nos levem até onde desejamos chegar,
especialmente do outro lado de nós mesmos.
Estamos sempre do lado de fora, procurando, olhando, observando, acusando, apontando, amando, desejando, rindo e chorando… sempre do lado de fora…
Basta uma conversa, uma situação, um encontro… e lá estamos nós falando do que o outro fez, do que o outro disse, de como o outro nos faz sentir. Basta uma nova paixão ou uma velha briga com quem já está ao nosso lado para encontrarmos todas as justificativas no outro.
Estamos sempre do lado de fora, procurando, olhando, observando, acusando, apontando, amando, desejando, rindo e chorando… sempre do lado de fora…
Basta uma conversa, uma situação, um encontro… e lá estamos nós falando do que o outro fez, do que o outro disse, de como o outro nos faz sentir. Basta uma nova paixão ou uma velha briga com quem já está ao nosso lado para encontrarmos todas as justificativas no outro.
Não temos as pontes, as benditas pontes. Caramba! Nem
tentamos construí-las. Simplesmente nos acomodamos com as facilidades dos
encontros sem laços com o outro sem nos darmos conta de que o único encontro
necessário não tem acontecido há anos, há muito, muito tempo! E assim, muitos
estão morrendo, ou melhor, se matando de solidão no meio da multidão.
Paradoxal? Lamentável? Pode até ser! Mas as saídas existem, eu tenho certeza! Você pode encontrar a sua. Eu posso encontrar a minha. Só que, definitivamente, tem de ser dentro e não fora!!!
Paradoxal? Lamentável? Pode até ser! Mas as saídas existem, eu tenho certeza! Você pode encontrar a sua. Eu posso encontrar a minha. Só que, definitivamente, tem de ser dentro e não fora!!!
Temos confundido liberdade e amor-próprio com egoísmo e
individualismo. Olhamos constantemente para o outro, mas não conseguimos vê-lo
verdadeiramente porque somente poderemos enxergar alguém – quem quer que seja –
depois de termos nos enxergado. Falta nos responsabilizarmos. Falta parar com
essa mania desgraçada de acreditar que o outro é o causador dos fatos em nossa
vida.
E assim, quando finalmente começarmos a olhar para tudo o
que nos acontece com um pouco mais de propriedade, estou certa de que a solidão
diminuirá consideravelmente… porque permitiremos a aproximação das pessoas sem
tantas ressalvas e compreenderemos que somos todos um e que sozinhos, fechados
em nossa concha pessoal não somos ninguém, nossa existência perde qualquer
sentido. Não faz link, não tem significado nem importância, porque perdemos a
chance preciosa de compartilhar nosso coração.
Sugiro que você aposte mais na delícia dos encontros, mas
comece hoje, agora, a construir pontes pelas quais você possa passar…
atravessar o abismo que sente aí dentro… Porque do outro lado, está certamente
a sua imensa capacidade de mudar qualquer situação para melhor. E que esta
mudança inclua a humildade que requer a convivência… para definitivamente
conseguir sentir bem mais amor e bem menos solidão.
Rosana
Braga é Palestrante, Jornalista, Consultora em Relacionamentos
e Autora dos livros “O PODER DA GENTILEZA” e “FAÇA O AMOR VALER A PENA”, entre outros.
e Autora dos livros “O PODER DA GENTILEZA” e “FAÇA O AMOR VALER A PENA”, entre outros.
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