Dúvidas frequentes sobre a massagem tântrica
Tantra é sexo?
Absolutamente
não. O Tantra é uma filosofia comportamental, que traz uma visão de mundo
desrepressora, porém, cujo principal objetivo é o auto-conhecimento e a
libertação espiritual. Tendo uma visão de mundo desrepressora, o Tantra, em sua
essência, explora aqueles temas que são considerados tabus na sociedade. No
contexto no qual o Tantra surgiu, a cultura védica indiana, os tabus vigentes
eram: o sexo, a morte, a impureza e as regras e regulações sociais. Como o
objetivo das tradições tântricas era criar métodos para a liberação (TAN =
expansão ou liberação e TRA = método ou dispositivo ), para elas é essencial
nos libertarmos desses tabus para alcançarmos uma visão de equanimidade/não
rejeição de nada que existe, percebendo toda a existência como divina. Em
outras palavras, realizar que tudo é Deus. Portanto, as práticas tântricas
incorporam esses tabus como práticas espirituais para que eles sejam,
gradualmente, absorvidos pela luz da consciência. É literalmente uma ciência da
libertação. Porém, é fundamental perceber que as práticas sexuais do Tantra não
tinham como objetivo maximizar o prazer e, sim, integrar a sexualidade naquilo
que consideramos sagrado e divino.
Essa é uma massagem
sexual ou erótica?
Essa
é uma pergunta difícil e muito interessante de ser respondida, pois, ela vai
depender do que você entende por sexual e erótico. Se você endente isso como
sendo sexo, abraço ou contato genital entre duas pessoas ou mesmo o
estímulo focado no genital e no despertar da excitação, então, não, essa
massagem não é isso. Porém, se você entende por sexual e erótico a força que é
propulsora da vida, da criatividade, da beleza e do prazer, do desejo
de viver e se sentir amado, acolhido e conectado com o corpo, sim,
essa massagem é sexual e erótica no sentido de que ela visa restabelecer o
livre fluxo da energia vital, despertando a sensibilidade do corpo e
estimulando a nossa vitalidade e o nosso tesão pela vida.
Há toque íntimo/genital?
Para
responder a essa pergunta, primeiramente, é necessário introduzir uma
perspectiva que é fundamental à esse trabalho. Todo o nosso corpo é sensível
e passível de sentir muito prazer. Por diversas questões de
condicionamento social e interesses religiosos e políticos, vivenciamos uma
sexualidade muito restrita se não doentia. É importante nos conscientizarmos
disso e percebermos o quanto limitamos nossa expressão sexual à padrões que
geram insensibilidade e, assim, frustração e desgosto. Para uma sexualidade
plena, pode ser fundamental inovarmos, sairmos dos scripts previstos,
oferecermos tempo e criatividade ao ato sexual. Nessa perspectiva,
percebemos que uma abordagem de terapia tântrica focada no genital, pode,
facilmente, reforçar padrões sexuais que podem estar te limitando. Então, na
nossa visão da terapêutica do toque, valorizamos a possibilidade de
desgenitalização do orgasmo e da conscientização e sensibilização de todo
o corpo que vai favorecer o desacelerar do ato sexual. Sendo uma terapia
tântrica, com características desopressoras, não faria sentido aqui haver a
limitação do genital não poder ser tocado, porém, é essencial entender que,
possivelmente, esse não será o foco.
Eu ficarei nú para
receber a massagem?
A
nudez não é um requisito, porém, a medida que se aceita e
naturaliza o próprio corpo e prazer, é comum que as pessoas
comecem a tratar a nudez como algo natural e que deseje estar
mais desnuda.
Há troca entre o
interagente e o(a) terapeuta?
Não
há nenhum tipo de contato sexual ou troca de toques íntimos em nenhuma etapa do
processo. Nas etapas mais avançadas, com o objetivo de se distinguir afeto e
sexo e, assim, naturalizar a troca afetiva, tão vital para nosso bem-estar e
saúde física e emocional, há a possibilidade de serem incorporadas vivências de
troca de carícias. Porém, é fundamental entender que essa metodologia só é
aplicada com o total consentimento de ambas as partes e como um
recurso de pedagogia afetiva, não havendo nenhuma margem para o envolvimento sexual
entre terapeuta e interagente.
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